Empate em Paris alimenta esperança

O Sp. Braga preferia o empate com golos mas, certamente, regressa a casa com um sorriso bem rasgado, perante um nulo que abre excelentes perspectivas para a segunda mão dos oitavos-de-final da Taça UEFA. O PSG assustou na etapa complementar mas provou que não é um bicho papão, fora do alcance dos guerreiros do Minho. Longe disso. Foi um Braga real no Parque dos Príncipes.
Uma vez mais, o Sporting de Braga terá surpreendido os seus adversários pela postura altiva apesar da falta de historial europeu. Parecia quase arrogância, aquela arrogância que normalmente é apontada ao técnico Jorge Jesus, mas extremamente útil e louvável como argumento central apresentado por uma equipa em nada inferior ao Paris Saint-Germain.
Pedro Pauleta foi homenageado pelos locais e acompanhou o encontro a partir das bancadas do Parque dos Príncipes. O antigo internacional português seria um dos elementos mais identificados com a audácia minhota. O Paris Saint-Germain, sobretudo na primeira metade, pareceu claramente surpreendido com a maturidade de uma equipa portuguesa que costuma ficar na sombra dos denominados grandes.

Renteria com rapidez a mais
Jorge Jesus continuou a lutar contra as limitações físicas em elementos nucleares do plantel. Rodriguez regressou ao eixo da defesa, colocando um ponto final nas adaptações, mas notou-se a falta de ritmo em unidades como César Peixoto. Na frente Jorginho foi a unidade cerebral utilizada para servir o irrequieto Renteria.
O treinador do Sp. Braga manifestara o desejo de garantir um golo na Cidade Luz. Renteria teve a oportunidade para fazer isso mesmo, no melhor período da equipa arsenalista, até bem perto da primeira meia-hora. O colombiano conseguiu isolar-se mas adiantou demasiado o esférico, permitindo a saída do guardião Edel.
O Paris Saint-Germain fez soar o alarme e, perante o cenário pouco animador, decidiu apostar em algo mais que os lances de bola parada. Os gauleses criaram algumas situações de embaraço para Eduardo, em livres, cantos ou lançamentos de linha lateral, mas parecia pouco para o futebol apresentado pelos portugueses.
Paris com novas luzes
Na etapa complementar, Paul Le Guen procurou emendar a mão e notou-se a crescente agressividade gaulesa na redução de espaços. O banco de suplentes acolhia nomes perigosos e o PSG cresceu nitidamente com as entradas de Giuly e Hoarau, um avançado promissor. Jesus percebeu o risco e apostou no músculo, trocando Peixoto por Stélvio. Logo depois, Rothen atirava ao poste! Um sério aviso.
Sem recorrer ao tabuleiro, Le Guen e Jesus pareciam jogar xadrez com as unidades disponíveis. O português dividia-se entre o que seria a necessidade de proteger a baliza de Eduardo e o engodo para surpreender em contra-ataque. O gaulês queimava os cartuchos com Kezman, mais um avançado. Jorge respondia com outro avançado, Paulo César. O jogo abriu, a velocidade aumentou, mas o nulo perdurou até ao apito final.
in maisfutebol

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