Braga segue em frente na Taça de Portugal

O Sp. Braga puxou dos galões, aproveitou a expulsão de um jogador adversário e tornou fácil um jogo que durante uma hora prometia tornar-se numa surpresa monumental (1-3). A fortuna de Filipe Oliveira, a garra de Moisés e a frieza de Matheus acabaram por colocar tudo na sua ordem natural: passou o Braga, naturalmente, mas com um resultado que serve de máscara à pálida exibição. Freamunde fica em casa.
O jogo ainda não desabrochara e já Paulo César se via com meio-golo nos pés. Mossoró descobriu-o pelo canto do olho, mas o extremo bracarense deslumbrou-se frente a Tó Figueira e rematou ao lado. Isto foi aos quatro minutos. Prometia o Braga. Mas a promessa não foi cumprida durante os primeiros 45 minutos. Se os líderes da Liga vinham com pose de grande, depressa a perderam.
O Freamunde, que já eliminara a União de Leiria na quarta eliminatória, decidiu devolver o remoque, não mediu distâncias, esqueceu-se do peso do adversário, partiu para a frente e numa luta desigual resistiu uma hora.

Falta de inspiração durou uma hora
O caminho para a área adversária passava invariavelmente pela direita, onde o lateral Raviola empilhava o jogo da formação de Jorge Regadas. Driblou Evaldo por mais de uma vez, cruzou, chutou e quase teve direito a um brinde quando a bola bateu no relvado e quase traía Eduardo.
A Raviola juntava-se Bock, um super-avançado, recordista de golos nas divisões inferiores do futebol nacional, que prendeu os dois centrais bracarenses ao sector mais recuado. E do lado do Braga cada virtuoso só aparecia a espaços: a visão de jogo de Mossoró, o pique de Alan e os passes de Hugo Viana estiveram por uma hora inteira alheados do jogo. Pelo que a história da primeira parte, prometia ser a da segunda, caso o Freamunde não quebrasse, primeiro física e depois animicamente. Aliás, no recomeço da segunda parte Marco Cláudio, de costas para a balizam rodou e rematou em jeito à entrada da área, com a bola a embater com estrondo na baliza de Eduardo.

Reacção à líder mascara o resultado
Foi o canto do cisne na terra dos galos capões. O Braga parece ter olhado para o relógio e visto que tinha pouco mais de meia-hora para desequilibrar um jogo que tinha obrigação de vencer. E a lógica impôs-se pela fortuna de Filipe Oliveira, que num cruzamento largo inaugurou o marcador.
Pior ficou o Freamunde quando Marco Tiago fez duas simulações em quatro minutos, viu um cartão amarelo por cada uma delas e acabou expulso. Porém, a formação de Jorge Regadas ainda tinha um cartucho, único: esgotou-o aos 70m, quando Bertinho desviou de cabeça para fazer o empate. Pairava a sombra do prolongamento. Por pouco tempo.
O Braga puxou os galões de líder e de favorito a passar esta quinta ronda da Taça de Portugal. Na jogada seguinte, veio a resposta: Hugo Viana cruzou, Moisés, de acordo com os mandamentos, cabeceou e voltou a colocar em vantagem os arsenalistas. O 2-1 estava feito e a sentença chegaria momentos depois, por Matheus, que aproveitou uma excelente recuperação de bola de Alan para driblar Tó Figueira e empurrar para o fundo das redes e fechar um resultado enganador.

Ficha de jogo:
Complexo Desportivo de Freamunde Espectadores: 2.500 Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco), auxiliado por Jorge Cruz e Celso Pereira. 4.º árbitro: Nuno Roque.
Freamunde: Tó Figueira; Raviola, João Paulo (Bertinho, 65), Romaric e Marco Tiago; Luiz Carlos, Luís Pedro, Tarcísio e Emanuel; Marco Cláudio (Cascavel, 61); Bock (Barbosa, 69)
Sp. Braga: Eduardo; Filipe Oliveira, Moisés, Leone (Paulão, 59) e Evaldo; Vandinho, Hugo Viana e Márcio Mossoró (Miguel Garcia, 79); Alan, Meyong (Matheus, 61) e Paulo César.
Ao intervalo: 0-0 Golos: Filipe Oliveira (58); Bertinho (70); Hugo Viana (72); Matheus (79)
Disciplina: cartão amarelo para Bock (30); Marco Tiago (62 e 66); Hugo Viana (75). Cartão vermelho para Marco Tiago (66), Paulo César (75)
in maisfutebol

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