"Enorme exibição e grande demonstração de classe da equipa de machado frente ao todo-poderoso Bayern"


Gigantes foram os minhotos!
Crónica de António Casanova no Jornal "A Bola"

QUE espantosa demonstração de classe do Sp. Braga! Não há engano: foi mesmo o todo-poderoso Bayern, cheio de monstros sagrados, que esteve ontem à noite na admirável Pedreira, mas a nota de destaque vai inteirinha para a exibição extremamente personalizada, quase 100 por cento segura, dos bracarenses — e que pena aquele lapso, aqueles segundos de distracção de Rodriguez e Frechaut, no golo de Klose!

Não bastasse o potencial inatacável e inquestionável do Bayern, mais a sua impressionante máquina demolidora de ataque (Klose, Luca Toni e Ribery têm, indiscutivelmente, lugar cativo entre as estrelas mais refulgentes do planeta-futebol), ainda houve imenso sangue frio e real capacidade de superação do Sp. Braga para sobreviver a uma arbitragem tão mazinha de um gigante sueco, que acabaria por influenciar o andamento do jogo ao anular precipitadamente um golo a Linz (minuto 22), vislumbrando uma infracção de Wender sobre Lúcio que mais ninguém (tele)viu...

Manuel Machado ganhou decididamente uma equipa, perdão, uma senhora equipa, que de potenciais fraquezas fez forças tremendíssimas, discutindo, olhos nos olhos, um jogo intenso, bravo, vibrante, e mostrando-se total e incrivelmente indiferente aos rótulos superlativos do opositor.

Sucesso ou quase?

Impedindo, bem cedo, que o relvado sofresse uma inclinação acentuada — não era disso que tantos estariam à espera e tantos temiam? —, o Sp. Braga exibiu uma mão cheia de argumentos estupendos, embalando a plateia para jornada inesquecível, com a meta mais desejada, o triunfo e a conquista dos consequentes três pontos, a não ser alcançada por pouco, por muito pouco.

Subtraiam-se somente os minutos iniciais da partida, enquanto os bracarenses iam tomando o pulso ao jogo e ao adversário, permitindo e concedendo espaço ao Bayern, convidando-o também a tomar a iniciativa do jogo, em mais nenhum momento o conjunto minhoto se deixou manobrar ou condicionar pelo futebol robótico dos alemães.

E aí residiu a chave do quase sucesso bracarense. Aliás, não será melhor falarmos do sucesso arsenalista? Sim, porque há factos e pormenores impossíveis de serem olvidados e a identidade do opositor, um dos colossos europeus, um real gigante do Velho Continente, é um deles.

Mas não há dúvida de que o triunfo assentava muito bem, na perfeição até, aos homens de Manuel Machado, tantas as oportunidades de golo criadas, tamanha a ilusão lançada pela equipa bracarense, tão nítida a imagem de ambição exibida pelo Sp. Braga, especialmente num segundo período de fazer inveja a uma enormidade de clubes, bem mais ricos, bem mais poderosos...

O melhor de tudo é que, com este empate, as portas de acesso à próxima fase da UEFA estão completamente abertas. Não desperdicem a ocasião, rapazes!

Jonas Erikson (4) — Na dúvida, punia sempre o Sp. Braga. E teve clara influência na história do jogo."

in ABOLA

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