Judiciária deteve Sérgio Silva e encontrou cheques falsos
Sérgio Silva, o investidor que o presidente do Boavista, Joaquim Teixeira, apresentou nos últimos dias como resposta aos problemas financeiros do clube, foi ontem alvo de um mandado de detenção, emitido pelo Ministério Público e cumprido no Bessa ao início da tarde. Conduzido às instalações da Polícia Judiciária (PJ) do Porto, alegadamente para responder por queixas e denúncias relacionadas com acções ilícitas praticadas em negócios particulares, alguns dos quais denunciados nos últimos dias, à conta do mediatismo pela associação ao Boavista, Sérgio Silva, que ainda permanecia nas instalações da PJ à hora do fecho desta edição, acabou por acrescentar mais uma denúncia, esta algo surpreendente, ao currículo: o Boavista formalizou também uma queixa, considerando-se vítima de tentativa de burla. Joaquim Teixeira, que entrou e saiu das instalações da PJ por uma porta lateral, representou os axadrezados nessa denúncia, sem a esclarecer nos seus contornos mais específicos.
Surpreendido ontem pela acção de dois elementos da Brigada de Crimes Económicos da PJ, Sérgio Silva foi alegadamente detido na posse de cheques falsos - um deles no valor de 20 milhões de euros, o outro de cinco milhões, ambos associados a um banco irlandês, mas de contas aparentemente inexistentes - e outros documentos de origem duvidosa, tendo sido supostamente confrontado com essa e outras situações pendentes para as quais não havia ainda resposta, porque Sérgio Silva nunca respondera às notificações judiciais emitidas antes.
Ao que tudo indica, o suposto investidor acabou traído pela publicidade que o rodeou nos últimos dias, em que surgiu como garantia de dinheiro para as contas do Boavista, disponibilidade que surpreendeu os credores que esperam ainda pela liquidação, total ou parcial, de alguns negócios efectuados no passado. Além dessas dúvidas relacionadas com actividades particulares, houve outras interrogações que foram sendo levantadas desde que o até então desconhecido Sérgio Silva foi apresentado por Joaquim Teixeira, sobretudo relacionadas com referências apresentadas pelo investidor. Algumas das supostas empresas, das quais se nomeou proprietário, não encontravam correspondência nos registos oficiais. Até ontem, as dúvidas levantadas nos jornais, ou as tentativas de as explicar nas conferências de Imprensa promovidas no Bessa, nunca foram objecto de esclarecimento cabal por Sérgio Silva ou pelo presidente do Boavista.
Ouvido ontem durante horas, Sérgio Silva saiu das instalações por volta das seis da tarde, num carro policial, para algumas diligências, presumivelmente relacionadas com as explicações que foi dando, mas voltou cerca de duas horas depois ao edifício da PJ, por onde também passou António Seabra, administrador judicial da SAD do Boavista - e que, ao que foi tornado público, ficaria como administrador delegado do investimento a efectuar por Sérgio Silva no clube. Acompanhado pelo advogado, Seabra não quis prestar qualquer esclarecimento à saída.
in OJogo
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