Sp. Braga: um banco difícil

O Sp. Braga é a grande decepção da Liga.

Pior do que o Benfica (e o Sporting, já agora), perguntará o leitor mais dado a indignações inflamadas.

Acho que sim.

De Benfica e Sporting era legítimo esperar mais, mas cedo ficou claro que o F.C. Porto deixaria pouco espaço para ilusões.

Ao Sp. Braga, pelo contrário, exigia-se mais. Sobretudo com Benfica e Sporting assim, frágeis. Se o Vitória de Guimarães, regressado da Liga Vitalis, consegue lutar ombro-a-ombro com os rivais de Lisboa, que explicação existirá para que o vizinho minhoto não o consiga?

Essencialmente por má gestão desportiva.

Um pouco como Luís Filipe Vieira, António Salvador tem coleccionado treinadores. Começou bem, ao escolher Jesualdo Ferreira.

Não por acaso, o professor levou o Sp. Braga tão alto que chegou a parecer que os bracarenses seriam capazes de um dia chegar ao título. Subitamente, António Salvador cansou-se do que era bom.

Enquanto Jesualdo seguia do Bessa para o Dragão, o presidente do Sp. Braga tornava-se um especialista em contratar e despedir técnicos. Em duas temporadas, passaram cinco nomes pelo banco: Carlos Carvalhal, Rogério Gonçalves, Jorge Costa, António Caldas e Manuel Machado.

Podemos pensar muita coisa desta lista. Nem todos terão o perfil correcto para treinar o Sp. Braga, mas custa aceitar que em apenas duas temporadas, cinco treinadores tenham sido incapazes de colocar a equipa a jogar bem e ganhar. O que nos deixa uma conclusão: António Salvador tem muito a aprender.

Claro que nem tudo é mau. O clube parece equilibrado do ponto de vista financeiro e agora o presidente do Sp. Braga contratou Carlos Freitas para trabalhar no futebol do clube, um bom sinal. Para bem da Liga, que precisa de bons clubes médios, espera-se que António Salvador acrescente paciência à escolha feliz. Até porque já é tempo de perceber que no futebol o tempo é uma das poucas coisas que não se compra, cria-se. Com decisões ponderadas.

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