Carta de renúncia no correio

Prossegue o pingue-pongue entre António Salvador e monsenhor Eduardo Melo. O dirigente fez questão de anunciar, na última assembleia geral do clube, a intenção de abandonar o Braga no fim do mandato; já o presidente do Conselho Geral acredita que conseguirá convencê-lo a manter-se em funções durante mais três anos, tendo mesmo pré-agendada, para terça-feira, uma assembleia eleitoral destinada precisamente a oficializar a sua recondução na presidência do clube, que, no entanto, acabou por ser desconvocada. O optimismo de Eduardo Melo voltou a esbarrar, todavia, na irredutibilidade de António Salvador, e só mesmo uma conversa decisiva entre os dois, que deverá acontecer dentro de dias (talvez ainda hoje), poderá alterar a vontade do presidente arsenalista.

É sabido que a maioria dos associados do clube e accionistas da SAD pede a sua continuidade, mas Salvador continua a dar sinais de não querer aceitar, e o mais recente seguiu em forma de carta, uma carta de renúncia que já chegou às mãos do presidente do Conselho Geral, depois de ter passado primeiro por João Marques, o presidente da Mesa da Assembleia Geral. "Essa carta reiterava a vontade de não continuar no clube como presidente, embora sem apresentar motivos. Vamos continuar a procurar uma solução para o clube, que só poderá passar por Salvador", salientou João Marques, revelando ao mesmo tempo ter promovido ontem uma reunião de emergência com António Salvador e monsenhor Eduardo Melo, com o objectivo de fazer o ponto da situação, que, como é sabido, continua crítica. "Ninguém se atreve a procurar alternativas, pois apenas desejamos a continuidade de Salvador. Não pensamos em mais ninguém", reforçou.

Sem nada na manga, monsenhor Eduardo Melo continua a apostar na sua principal arma: a persuasão. "O António Salvador disse, na última AG, que não se candidatava, mas uma coisa é ser candidato, outra coisa é ser candidatável. Se falarmos com ele, pode ser que aceite continuar. Vamos continuar a ouvir as condições dele, com calma e tempo", adiantou o líder do Conselho Geral, um órgão consultivo composto por antigos presidentes e sócios ilustres do clube.

Projecto da Academia continua na gaveta


O céu parece ser o limite para António Salvador. O dirigente do Braga sonha com a conquista de um troféu, mas também deseja enriquecer o património do clube com a construção de uma academia de futebol, projecto que só sairá da gaveta quando a Câmara Municipal da cidade se resolver a apoiar por meio da cedência de terrenos e de algumas verbas . Só assim será possível a construção desta infra-estrutura desportiva, idêntica às dos três grandes, pois envolve sete campos relvados, um miniestádio, um pavilhão desportivo, um ginásio para musculação, duas piscinas e até um hotel. O que existe em papel já foi apresentado à autarquia presidida por Mesquita Machado, mas de pouco valeu... até ao momento. Ciente deste desejo, monsenhor Eduardo Melo, o presidente do Conselho Geral, acredita tudo se resolverá. "É de interesse público, e a Câmara Municipal só não ajudará se não puder", referiu.
in O jogo

Sem comentários: