Sp. Braga-Nacional, 1-0 (crónica)

A goleada europeia de quinta-feira não sossegou, afinal, os espíritos inquietos que se movimentam em Braga.

A equipa até ganhou, conseguiu o mais óbvio, mas fê-lo apenas de grande penalidade e quando faltavam cinco minutos para o fim.

Fê-lo também numa altura em que parecia que era o Nacional que estava por cima e mais perto da vitória. Com jogadas de perigo sucessivas junto da baliza de Dani.

No essencial, portanto, a vitória não disfarça que este Sp. Braga continua nervoso e a jogar no limite do risco.

Bastaram aliás duas ou três saídas rápidas do Nacional em contra-ataque para se abrirem várias feridas antigas. Os adeptos ficaram ansiosos, os jogadores perderam a tranquilidade. A partir daí foi a bola de neve do costume.

O Sp. Braga até tinha criado a primeira oportunidade de perigo, numa finalização de Linz que quase deu golo, mas a memória dessa jogada perdeu-se num instante.

Sem dinâmica para chegar a zonas de finalização

Perante um Nacional bem fechado sobre a defesa, que ocupavam bem os espaços e diminuía linhas de passe, os jogadores de Jorge Costa nunca encontravam forma de entrar em zona de remate.

A equipa afirmava-se sobre o jogo, pegava na bola e tentava partir para cima do adversário, mas todas as boas intenções se diluíam nos últimos trinta metros.

Faltava-lhes dinâmica. Estava sempre tudo muito parado à espera que o companheiro do lado resolvesse. Sem desequilíbrios, o futebol bracarense tornou-se previsível.

Já o Nacional, que também chegou a este jogo moralizado por uma vitória, na última jornada, saía bem em contra-ataque e criava perigo. Fellype Gabriel só não marcou porque César Peixoto lhe tirou a bola em cima da linha de baliza, Juliano Spadacio marcou mesmo mas o golo foi anulado (mal anulado, parece).

No final da primeira parte, o Sp. Braga tinha conseguido apenas duas ocasiões de golo, na tal finalização de Linz já referida e num outro remate do mesmo Linz que Ricardo Fernandes tirou em cima da linha de baliza.

Breves ameaças e outra vez o mesmo... até a grande penalidade

O início da segunda parte até parecia apresentar alguma coisa diferente. Jorginho rematou forte para nova defesa de Diego Benaglio, Wender atirou cruzado a rasar o poste. Mas foi ilusão de óptica. Dez minutos apenas e os bracarenses voltaram a cair de produção.

Então apareceu o Nacional. Juliano Spadacio pegava na bola e distribuía futebol, o jogo fluía pelas alas e o perigo chegava à baliza de Dani Mallo. Fellype Gabriel, Cássio e Frechaut (num desvio mal calculado), criaram perigo para a baliza bracarense.

Até que Ricardo Fernandes cortou com a mão uma bola que não parecia levar perigo em demasia. Pedro Proença tomou uma das poucas decisões acertadas da noite, Linz converteu a grande penalidade e o Sp. Braga partiu para uma vitória muito sofrida.

Pedro Proença, figura indesejada

A crónica não pode acabar sem se falar do árbitro. Pedro Proença acabou por ser a figura de um jogo que terminou louco e eléctrico. Acertou na grande penalidade de Ricardo Fernandes e acertou numa outra mão na bola involuntária do mesmo jogador dentro da área, mas anulou um golo ao Nacional muito duvidoso.

Para além disso cometeu várias falhas mais pequenas, expulsou três jogadores e instalou a confusão no final. Perdeu a mão no jogo e Jokanovic também perdeu a paciência... Abandonou o banco, tal como o presidente Rui Alves, ainda com o jogo a decorrer.

in Maisfutebol

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