"Não tenho que provar nada a ninguém, mas gostaria de aproveitar melhor, caso fosse possível regressar a um emblema com a grandeza do Sporting"
Luís Filipe nasceu em Cantanhede, há 27 anos, e despontou na Académica, que trocou pelo Atlético de Madrid B. De regresso a Portugal, a primeira passagem por Braga abriu-lhe as portas de um grande, o Sporting, onde foi campeão, na época 2001/02. Depois de períodos de empréstimo ao serviço de União de Leiria e Marítimo, voltou a Braga para se afirmar, definitivamente, como defesa-lateral.
JN|Considera a época positiva, mesmo tendo em conta que ainda não foi desta que o Sporting de Braga alcançou o apuramento para a Liga dos Campeões?
Luís Filipe|No início da temporada, falou-se muito na Liga dos Campeões. Sabíamos que seria sempre complicado, mas o grupo de trabalho estava preparado para tentar esse grande objectivo. Não conseguimos, é certo, mas acabámos por realizar uma campanha francamente positiva, com presenças nos oitavos-de-final da Taça UEFA e nas meias-finais da Taça de Portugal.
Pode falar-se em frustração?
Quando a meta que perseguimos não é atingida, é natural que os jogadores não fiquem totalmente satisfeitos, pois queremos conseguir sempre o máximo para clube. A longa participação europeia teve reflexos na irregularidade do Braga na Liga portuguesa, mas também não deixa de ser verdade que terminámos no quarto lugar, igualando a classificação das últimas épocas. Os objectivos mínimos foram claramente conseguidos.
Em Janeiro, esteve muito perto de voltar ao estrangeiro. Ficou triste por não ter saído para o Anderlecht?
Não posso dizer que fiquei triste. Talvez um pouco desapontado, por as coisas não terem evoluído favoravelmente naquela altura, mas nunca desmotivado. A proposta era proveniente de um clube habituado a ser campeão no seu país, com participações regulares na Liga dos Campeões, embora tenha passado por períodos complicados. Gosto de vencer. E acredito que tenho valor para representar um clube de topo.
Sente falta de títulos?
Tenho noção de que não é fácil conquistar títulos em Braga. Infelizmente para o futebol português, no nosso campeonato é muito difícil alguém intrometer-se entre os três grandes. E não é por falta de condições ou devido à diferença de valores entre os plantéis.
Chegou a hora de sair para um clube de maior dimensão?
A minha ambição passará sempre por ajudar o Braga a chegar cada vez mais longe e elevar o nível do meu desempenho. Mas não nego que gostaria, por exemplo, de voltar ao estrangeiro. Na primeira oportunidade que tive, era ainda muito novo e as coisas não me correram da melhor maneira. De então para cá, adquiri outra estabilidade no plano pessoal, e tornei-me num futebolista mais maduro.
A passagem pelo Sporting e a primeira experiência fora de Portugal, na equipa B do Atlético de Madrid, não lhe deixaram boas recordações...
Não sou de desistir. É mais uma razão para voltar a apostar. Preciso de jogar com regularidade e isso raramente aconteceu em Alvalade. Não tenho que provar nada a ninguém, mas gostaria de aproveitar melhor, caso fosse possível regressar a um emblema com a grandeza do Sporting. Volto, no entanto, a sublinhar que isto não significa que me sinta mal em Braga. Longe disso. Estou num excelente clube, servido por uma grande equipa e com uma massa associativa espectacular. Todavia, pelo que fiz nos últimos anos, acho que mereço uma segunda oportunidade e vou continuar a trabalhar, sempre com a esperança de que ela bata à porta.
Identifica-se, definitivamente, com o posto de lateral-direito?
Comecei por jogar a extremo, mas, neste momento, vejo-me como defesa-direito. É óbvio que posso jogar mais adiantado no terreno, mas estes dois anos em Braga cimentaram as minhas rotinas defensivas
Jesualdo Ferreira deu uma boa ajuda nesse sentido.
Aprendi muito com ele, pois quando cheguei a Braga apenas tinha um ano como lateral. Jesualdo Ferreira teve grande importância na minha evolução, pois deu-me oportunidade de jogar com regularidade.
Aquele golo que deu o triunfo ao Braga sobre o F. C. Porto foi uma traição...
Podia ter sido outro jogador a marcar. Mas lembro-me que, após o jogo, disse-me que com ele não fazia golos. Acabou por ser o único na época 2006/07.
Para além de Jesualdo Ferreira, qual o treinador que mais o marcou?
Talvez o Raul Águas, porque me lançou na Liga, quando representava a Académica.
E Jorge Costa?
Tenho a melhor impressão. Quando assumiu o comando da equipa, o Jorge Costa tinha encerrado a carreira há pouco tempo, pelo que cativa grande cumplicidade com os jogadores.
Com vai entrar no ultimo ano de contrato,penso que poderiamos e deviamos fazer um bom encaixe com o luis filipe, ate porque na minha opiniao ele a nivel defensivo é um autentico buraco...
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